SER OU NÃO SER ...

sábado, 10 de dezembro de 2011

ADEUS ANOS VELHOS . QUE VENHAM OS NOVOS.

Eu quero agradecer à Dona Carol todo o incentivo e "a mãozinha"que têm nos dado para "descermos do pedestal". É com ela que fui conhecer o sarau da Cooperifa , eventual e excepcionalmente realizado neste ano de 2011, uma vez por mês, na pequena e modesta Biblioteca Paulo Duarte, aqui no Jabaquara. Os poucos livros pareceram mortos perto da vivacidade daqueles poetas nada ou pouco conhecidos da maioria , da minoria , da pouca gente que foi prestigiar .... e isso não importa , pois como disse alí uma participante , eles ("os cooperifados") foram , para nós que estivemos alí , verdadeiras "celebridades". Eu agradeço ao Sergio Vaz (criador da Cooperifa) , à diretora da biblioteca ( acho que ela é diretora!) que nos recebeu tão bem , e à nossa coordenadora tão jovem e corajosa. Em homenagem a todos eles ( e mais , aos dois alunos que gentilmente nos acompanharam) , eu me meti a poeta e escrevi o seguinte:

Caibros
que seguram os barracos
no esgoto das almas , córrego do fedor
Coluna social, coluna policial
não sustentam
esse mundo, pesado demais .
Tudo isto faz pouco de toda tragédia grega.
A Escola foi e é a das crianças das "quebradas";
A Igreja foi e é a das mães desesperadas;
A Saúde foi e é "o vou vivendo na veia".
Vejo os não-cidadãos desta não-cidade,
o morador- invasor, o invasor-morador
recebendo o aviso de despejo
com assinatura do todo-poderoso invisível.
Vejo a precipitação em meio líquido
cachaça, álcool, cerveja e água de torneira
Tudo na mesa do bar
Garrafa, latinha e copo americano
Todos somos latino-americanos
Corpos humanos, os mesmos místicos símbolos:
loló, Taurus , Corolla, pedraria, cachimbinho da paz
Agulha , fortuna , salário , avião, pó
Riqueza , miséria , pobreza, muita !
Tudo junto no funk do embrulho
naquele som vindo do automóvel apocalíptico
Vestidos de alma de chapisco
andam sobre as águas do córrego das almas,
da Alba, o lugar dos pobres mitos,
onde os anjos caídos do Apocalipse
vão arrastando suas asas
procurando a LUZ;
ouve-se , ao fundo , um funk anti-bíblico
saído do último livro do mundo, sem poesia.
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4 comentários:

  1. porém ,

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    POESIA é RESISTÊNCIA
    VAMOS CONTINUAR.
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  2. Mirian, quem dera que muita gente mais pudesse escrever e dar a cara a tapa como você faz...Precisamos e contamos com você ano que vem, escrevendo e reclamando, reclamando e escrevendo, pra dar continuidade aos projetos que nunca acabam (se renovam) mesmo que eles fiquem inacabados no fim... Ano que vem é ano que vem, vamos caminhando devagar! Abração.
    PS. Os versos são ruins mas como não sou Antonio Candido você pode ficar tranquila que isso não afetará sua produção.

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  3. Nossa Miriam gostei muito da sua crítica e poesia, poesia crítica!
    Você deveria pegar um "caderninho"... rs
    Parabéns, sua escrita deu voz a uma comunidade esquecida, ou não vista!

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  4. KKKKKKK Carol, é verdade os versinhos são ruins , mas as intenções são muito boas . Vou pro céu !!!!!!abç.

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